REFLEXO DAS TARIFAS DE TRUMP PARA O BRASIL

A imposição de tarifas de 50% aos produtos brasileiros a partir de 1º de agosto,
anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem
preocupado os brasileiros, o impacto não será apenas o de reduzir as
exportações, mas pode inviabilizar a comercialização para o país.
O mercado norte-americano é o segundo principal destino das vendas externas
do Brasil, atrás apenas da China, com o petróleo tendo maior participação em
receitas nas vendas para os EUA.
A imposição de tarifas por Trump tem potencial de provocar queda de bilhões
de dólares nas exportações brasileiras, sem considerar eventuais concessões
setoriais, de acordo com analistas.
Segundo Trump a decisão tomada é uma resposta à perseguição que o ex-
presidente Jair Bolsonaro (PL) estaria sofrendo no Brasil, devido ao processo
criminal que enfrenta no Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de liderar
uma tentativa de golpe de Estado.
Além disso, Trump também justifica o aumento de tarifa argumentando que o
Brasil adota barreiras comerciais (tarifárias e não tarifárias) elevadas contra os
EUA, o que estaria desequilibrando o comércio entre os dois países.
A medida de Trump pode gerar os seguintes efeitos para a economia brasileira:

  • reduzir drasticamente as exportações, afetando diretamente a
    balança comercial;
  • desestimular investimentos em setores exportadores;
  • gerar desemprego em cadeias produtivas voltadas ao mercado
    americano; e
  • aumentar a volatilidade cambial, pressionando o real e elevando
    custos de importação.
    Setores mais afetados
    Entre os setores da economia mais afetados, estão aqueles com maior
    exposição ao mercado norte-americano e que dependem de margens
    competitivas, como o agronegócio e a indústria.
    Agronegócio:
  • Café: os EUA são o principal destino do café brasileiro.
  • Carne bovina: os EUA são o segundo maior mercado, com mais de
    500 mil toneladas exportadas em 2024.
  • Suco de laranja: quase metade das exportações brasileiras vai para
    os EUA.
    Indústria:
  • Aeronaves: a Embraer é fortemente dependente do mercado
    americano.
  • Autopeças e máquinas: produtos de maior valor agregado que
    perdem competitividade com tarifas elevadas.
  • Petróleo e derivados: lideram a pauta de exportações, com mais de
    US$ 2 bilhões em 2025.
    O impacto sobre a economia brasileira pode chegar a uma redução de 0,5% do
    PIB, em 12 meses, além de efeitos sobre o câmbio, inflação e emprego. Serão
    ainda maiores os efeitos se o Brasil seguir sua tradição de reciprocidade,
    ampliando a guerra comercial Brasil X EUA.